Pelos idos de
800 d.C, o tuxaua Buopé chegou às margens do alto Rio Negro para assentar as
etnias que habitavam o local.
À maneira de um
general, ele conseguiu estabelecer uma espécie de ‘ordem civilizatória’ na
região, transformando os índios em bons selvagens. Graças ao trabalho do chefe,
costumes como o canibalismo deixaram de fazer parte do cotidiano daqueles
povos.
A história
inspira a nova montagem do grupo Pombal, sem data de estreia prevista,
intitulada ‘Além do Vale’. Parte do elenco será composto por alunos do curso para
atores iniciantes que terá início no próximo dia 25.
O curso é
voltado a “bailarinos, bucheiros, sapateiros e pessoas interessadas em teatro”,
destaca o ator e diretor da companhia, Luiz Vitalli.
“A metodologia
vai seguir um roteiro com ênfase na vivência, leitura e pesquisa de campo. Vamos participar também de um
curso de sobrevivência na selva com o Exército”, explica Vitalli, professor do
curso.
As inscrições
poderão ser feitas no dia 25, na sede da Cia. Pombal Espaço Alternativo. Quem
quiser obter mais informações pode acessar o blog do grupo
(www.ciapombal.wordpress.com) ou ligar para 9-9179-0389 (Nika).
Outra seção do
elenco de “Além do Vale” será integrada por alunos do curso de língua Tukano, atualmente ministrado pelos
atores Naira e Anderson Tariano. Uma nova turma será aberta no próximo dia 26.
INCLUSÃO SOCIAL
Formado há 33
anos, o Pombal hoje se constitui como uma organização sem fins lucrativos.
“Nosso objetivo é promover a inclusão social por meio da ação transformadora do
teatro”, diz Vitalli.
Ele cita o
projeto desenvolvido com outra ONG na comunidade Nossa Senhora do Livramento, a
37 quilômetros de Manaus, que visa integrar artesãos que vivem fora das aldeias
indígenas.
Ainda em fase de
construção, o primeiro site do grupo vai trazer dados históricos e atividades
do ponto de cultura ligado ao Pombal. A tarefa de coletar o conteúdo coube aos
estudantes do curso de jornalismo da UniversidadeFederal
do Amazonas.
O lançamento
prévio da página ocorreu na última sexta-feira (13), no Instituto de Ciências
Humanas e Letras (ICHL).
O resgate das
tradições locais confere um papel inédito à companhia. No próximo dia 27 será
realizado o primeiro casamento indígena na sede do grupo, em cerimônia restrita
a convidados. A partir daí, casais poderão formalizar o matrimônio no local.
Para tanto,
deverão seguir uma série de procedimentos, como assistir a vídeos temáticos, participar de entrevistas e
cursos sobre a cultura tukana.
“Como ocorre em
outros países, onde as pessoas casam nos moldes havaianos, vamos relembrar
nossas tradições.
A cultura tukana
ainda guarda importância enorme em Manaus. Só pra se ter uma ideia, cerca de 30
mil habitantes ainda falam a língua na capital”, diz Vitalli.
Nascido em São
Paulo, ele começou a atuar em 1976. Dois anos depois, integrou o elenco da novela ‘Cara a Cara’, de 1978, e desde então
vem desenvolvendo seus estudos como autodidata. Também atuou nas minissérie
‘Amazônia’ e publicou livros dedicados ao ensino das artes para o ensino
fundamental.
Vários
espetáculos dirigidos por Vitalli ganharam o prêmio Funarte.
Por Daniel
Amorim (Especial Jornal EM TEMPO)

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