O custo por metro quadrado da construção civil no
Amazonas caiu 0,30%, entre agosto e setembro. O valor chegou a R$ 907,71,
configurando a maior queda em todo o país, conforme divulgação do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta (8).
O número, que leva em conta o incentivo federal de
desoneração da folha de pagamento das empresas, está no Índice Nacional da
Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE e pela Caixa Econômica.
Em âmbito nacional, o Sinapi subiu 0,16% em setembro,
mas o valor médio do custo quadrado no Brasil, ainda está abaixo do registrada
no Estado: R$ 902,094.
De janeiro a setembro, o custo aumentou 4,10% no
Amazonas, contra 4,98% no país. Em 12 meses, a variação alcança 5,36% em solo
amazonense, ao passo que o incremento médio foi de 6,82% no território
nacional.
No entendimento do presidente do Sindicato da
Construção Civil do Estado do Amazonas (Sinduscon/AM), Eduardo Lopes, os
números regionais refletem o atual panorama econômico nacional de incertezas e crescimento
baixo.
Embora não disponha de números, o dirigente informa
que as construtoras e incorporadoras do Amazonas encerraram o ano passado com
estoque alto e atravessaram um período de turbulências em 2014 para reduzir o
excesso de oferta.
Segundo Lopes, diante do estrangulamento do crédito ao
consumidor, as empresas regionais só conseguiram diminuir o número de imóveis
ociosos graças a promoções e vendas diretas.
“Isso ocorreu principalmente nos casos em que o
cliente tem renda, mas sofre dificuldades para financiar o imóvel junto ao
sistema financeiro”, salientou.
Pós-Copa
A situação, de acordo com presidente do Sinduscon/AM,
não se restringe ao braço imobiliário da construção civil, mas inclui também
aos subsetores industrial e de obras públicas, em especial no período pós-Copa.
“Tivemos alguma melhora no segmento industrial, depois
da prorrogação da Zona Franca, com algumas empresas chamando as construtoras
para elaboração de orçamentos. No caso do setor público, a Copa não rendeu o
que esperávamos. Houve a construção de um estádio, alguns hotéis e melhorias no
comércio, mas a mobilidade urbana ficou pelo caminho e as obras do aeroporto
ainda não terminaram”, lamentou.
O dirigente informa que, apesar das dificuldades, há
empreendimentos agendados na região até 2025, mas informa que as expectativas
da construção civil amazonense vêm sofrendo correções consecutivas para baixo.
“Esperávamos encerrar 2014 com crescimento de 2%,
pouco a mais do que a expansão que o setor alcançou no ano passado [1,5%]. Mas,
diante da situação atual, se empatarmos com o ano passado, já será uma grande
coisa”, concluiu.
Por Marco Dassori (EM TEMPO Online)
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