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OAB SAI NA FRENTE E REALIZA PRIMEIRO CASAMENTO COLETIVO GAY NO AMAZONAS

Dando provas de que toda forma de amor vale a pena e que está na hora de acabar com as barreiras do preconceito, doze casais homoafetivos se uniram na manhã desta terça-feira (16), em Manaus, no primeiro casamento coletivo gay da região Norte.
O evento ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Secccional Amazonas (OAB/AM), na avenida Umberto Calderaro Filho, Adrianópolis, Zona Centro-Sul, às 9h. Um casal heterossexual também participou do casamento coletivo.
De acordo com o presidente da OAB, Alberto Simonetti Neto, “a OAB tem uma luta histórica pela cidadania. Todos são iguais perante a lei. Não podemos viver dentro daquilo que achamos certo, mas dentro de aquilo que é certo”.
A Cerimônia foi realizada pela juíza de paz, Simone Lima Teixeira, que iniciou seu discurso falando sobre os cinco princípios do casamento: fidelidade, assistência, convivência, filhos, respeito e consideração mútua. “Sejam verdadeiros companheiros. Protejam o casamento de vocês. Só vocês são os guardiões dessa união. Tragam para si a fidelidade. A maior lição de casamento é olhar para dentro de si mesmo para poder mergulhar no universo do outro”, disse a juíza. 
Juntas há mais de 21 anos, a auxiliar técnica Kelly Cristina da Costa, 40, e Rossicleide Silva da Rocha, 44, moradoras do bairro Santa Etelvina,  contaram ao EM TEMPO Online, que lutaram muito para ficarem juntas,  tanto legalmente, como diante da sociedade em si.
“Eu sai de um casamento heterossexual porque conheci a Rossicleide e me apaixonei. Foi amor à primeira vista. Minha filha e meu neto nos dão total apoio. Eles moram conosco. Meu neto é como se fosse o nosso filho. Ele nos chama de vovós e só tira fotografia conosco. Agora eu sou feliz de verdade”, disse Kelly Costa, emocionada.
A motorista Marta Queiroz, 45, e a manipuladora de alimentos Marinete Ferreira, 36, juntas há dois anos, ficaram emocionadas em concretizar a união por meio do casamento. “Nós nos conhecíamos há oito anos, mas não tínhamos coragem de dar em cima da outra. Estamos suando frio, mas felizes”, contam acrescentando que adotaram uma menina de sete anos e que ela estava presente ao casamento.
Leonardo Bezerra e Márcio Ferreira, ambos  professores de educação física, também juntos há dois anos, se conheceram em uma academia e hoje também formalizaram a união por meio do casamento coletivo homoafetivo. “Essa é uma forma de consolidar a nossa união como casal. A sociedade já nos trata como pessoas normais, pelo menos no ciclo social no qual vivemos, mas a partir de hoje, seremos mais respeitados ainda”, disse Márcio Ferreira. 
Homofobia
A presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/AM, Alexandra Zangerolame, disse que não existe no Amazonas dados confiáveis sobre crimes homofóbicos, mas que em 2012, o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República registrou muitas denúncias de homofobia, o que colocou o Amazonas como em segundo lugar no ranking dos estados mais homofóbicos do Brasil.
Ainda conforme Zangerolane, “qualquer casal homoafetivo pode se dirigir a qualquer cartório de registro civil para solicitar o casamento e se, por ventura, esse direito for negado, o casal pode se dirigir até a OAB para pedir intervenção, e o cartório poderá ser punido”.
“Hoje é um marco para a sociedade amazonense. Dia em que estamos dando um exemplo de democracia, de dignidade humana e de reconhecimento dos direitos civis dessas pessoas. O Estado não está fazendo um favor para eles, mas garantindo o cumprimento de um direito”, finalizou.
Por Luana Dávila (EM TEMPO Online)


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