Todas
as escolas de samba do grupo especial do carnaval de Manaus foram declaradas
campeãs na tarde desta segunda-feira (3). As notas e recursos não foram
considerados durante apuração. A decisão foi tomada em reunião entre os
presidentes de todas as agremiações. De acordo com o presidente da Comissão
Executiva do Carnaval 2014, Antônio Rodrigues, esta é a primeira vez que todas
as escolas são campeãs na festa da capital amazonense.
Segundo
representantes das escolas, a decisão foi justificada por dificuldades
enfrentadas pelas agremiações para a realização deste carnaval. Entre os
problemas listados pelas escolas estão retenção de recursos, fiscalização mais
intensa nos barracões do Ministério Público e Justiça do Trabalho, e o forte
temporal que atingiu a capital na noite do desfile, realizado no sábado (1º).

Além das oito
escolas, também deve integrar o Grupo Especial, no próximo ano, a escola de
samba Império da Kamélia, campeã do grupo de acesso do carnaval de Manaus.
A Secretaria de
Estado de Cultura (SEC) explicou que o regulamento do carnaval é elaborado
pelas próprias agremiações, sem interferência da pasta nas regras
estabelecidas. Os envelopes com as notas dos jurados foram queimados pelos
presidentes das escolas. A SEC informou ainda que o governo do estado e a
prefeitura de Manaus não foram comunicados previa nem oficialmente sobre a
decisão.
As oito escolas
de samba desfilaram temas que variaram desde homenagem ao lutador amazonense do
UFC, José Aldo, a uma das ruas mais conhecidas do Centro da cidade. Confira abaixo resumo sobre
cada um dos desfiles:
ANDANÇAS DE CIGANO
A escola que abriu a noite de desfiles
do Grupo Especial este ano foi a GRES Andanças de Cigano, trazendo o enrendo
"Vou às compras, que legal, meu destino é a Marechal". Durante 68
minutos de desfile, a agremiação homenageou a Rua Marechal Deodoro, no Centro
de Manaus.
UNIDOS DO ALVORADA
Com a bateria representando guerreiros
espartanos, a agremiação do Bairro Alvorada homenageou o grande ídolo
amazonense do MMA, José Aldo. Sob forte chuva, a letra do samba-enredo
anunciava "Depois da tempestade, a bonanza". Não podia ser mais conveniente.
Aldo desceu a avenida em um dos carros, juntamente com o prefeito de Manaus,
Artur Neto, recebendo todo o louvor do público. Ao final do desfile teve uma
recepção acalourada dos foliões.
GRANDE FAMÍLIA
A escola de samba do Bairro São José homenageou uma das grandes porta-bandeiras da escola, Ednelza Sahdo. Grande talento da escola e sempre com bons resultados nos desfiles clássicos da escola, a passista, hoje sexagenária, teve a trajetória homenageada pela agremiação, que revisitou todas as grandes expressões culturais protagonizadas por Ednelza.
BALAKU BLAKU
A Balaku Blaku passeou pelas lendas
amazônicas ao adotar como enredo a Ilha de Marapatá, conhecida nacionalmente
devido ao Romande de Mário de Andrade, 'Macunaíma'. Brincando com o mistério
das águas amazonenses, a escola trouxe mitos e lendas para a avenida. A ilha,
que fica próximo a Manaus, ganhou mais um registro cultural com a homenagem
feita pela Balaku Blaku.
MOCIDADE INDEPENDENTE DE APARECIDA
A quinta
agremiação do Grupo Especial a desfilar na avenida trouxe para o Sambódromo o
enredo ‘Centro de Amor, Centro de Vida - História e Alma de um Povo’, o qual,
segundo a escola, é um grito de alerta em defesa do Centro Histórico de Manaus.
A vencedora do Carnaval 2013 abriu sua apresentação com uma alegoria de duas
faces, representando o extinto Cemitério de São José e a Praça da Saudade.
Apartir daí, a agremiação resgatou as belezas da 'Belle Époque', relembrarando
as levas de imigrantes que formaram a população manauara. A última parte do
desfile destacou a recente revitalização do Centro da cidade, com a alegoria ‘O
Sol Volta a Brilhar – Revitalização – A Valorização do Passado’.
REINO UNIDO DA LIBERDADE

SEM COMPROMISSO
A forte chuva não desanimou os brincantes da 'Sem Compromisso'. Por outro lado, a escola 'acelerou' o público com um enredo que conta a história das motocicletas, desde o período Renascentista de Leonardo da Vinci. A escola foi a primeira a ultrapassar o tempo permitido de desfile, encerrando a apresentação com um minuto de atraso. O pintor de 'Monalisa' foi representado logo pela comissão de frente, em que artistas encenaram o momento em que Da Vinci esboçou o primeiro veículo de duas rodas já elaborado. A partir daí, os carros alegóricos contaram, paulatinamente, a evolução das motocicletasfrente as novas tecnologias. A última alegoria, por exemplo, levou automóveis 'voadores' a avenida.
VITÓRIA RÉGIA

Sob as bênçãos do pai oxalá, a verde e rosa da Praça 14 foi a última escola se apresentar no Sambódromo. A escola celebrou, em seu enredo, os 130 anos da abolição da escravatura noAmazonas. Em uma verdadeira celebração dos povos negros, a Vitória Régia utilizou-se de elementos acrobáticos para compor a coreografia dos dançarinos da comissão de frente. A bateria incorporou a cultura 'afro' ao incluir, pela primeira vez na história do Carnaval de Manaus, o berimbau, instrumento característico da capoeira. O tema da agremiação ofereceu um toque diferenciado ao gingado brasileiro, ao mesclar passos de danças africanas ao samba tradicional.
Fonte:
G1amazonas por Marina Souza – Fotos Jamile
Alves
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