Há muito tempo a
relação entre pais e filhos – ou a ausência dela – serve de estudo para
inúmeros psicólogos. Ganhou os cinemas, livrarias e, claro, os palcos ao redor
do mundo. No dia 5 de abril, com local ainda a ser definido, a Cartolas
Produções traz, novamente, o assunto no espetáculo “Pai”, que contará com três
atores em cena ao longo de uma montagem com duração de aproximadamente 40
minutos.
Com texto e
direção do ator Jean Palladino, a peça pretende mostrar toda complexidade
existente nas duas figuras. “Na verdade queremos apresentar essa relação por
diversas óticas. Seja por pais que abandonaram seus filhos ou, até mesmo,
aqueles que estão presentes no cotidiano, mas preferem manter um certo
distanciamento pelos mais variados motivos”, explica Palladino.
Como na maioria
das histórias que envolvem pais e filhos conta com uma “pitada” pessoal das
quem as escreve, no caso de Palladino não poderia ser diferente. “Trago para o
teatro um pouco da minha história. Fui abandonado aos três meses e obviamente nunca
tive uma relação com meu pai. Porém, não deixo que isso seja algo específico,
algo apenas meu. Por isso distribuí um questionário entre outras pessoas
ligados ao teatro para que cada um pudesse mostrar essa relação e acrescentar o
ponto de vista de cada um”.
O diretor
acrescenta que a ideia de criar o “Pai” surgiu após o “Nós Em Branco”, onde
lidava com questões familiares. “Podemos dizer que ele é uma ramificação desse
outro espetáculo, mas sem ser uma continuação. Pegamos apenas o mesmo tema –
conflito familiar – e trouxemos para uma outra realidade”, explica,
acrescentando que o texto levou seis meses para ficar pronto.
Ensaio
A primeira
leitura da montagem foi realizada na última semana e contou, inclusive, com a
presença dos atores. “Isso sempre é muito importante para podermos discutir a
construção de cada personagem. Para debater a visão de cada ator mediante a
quem ele irá interpretar. Os ensaios serão realizados de segunda a sexta-feira
até o dia da estreia, praticamente”, comenta.
Um dos diferenciais,
sem dúvida, será com relação ao apelo imagético que traz o elemento da imagem
para a construção da história. “Isto está diretamente ligado ao cenário da
peça. No decorrer da montagem serão apresentadas figuras com a presença ou
ausência dos pais, o que dará um ar de teatro experimental, vertente que
gostamos de colocar em prática na nossa companhia”. Isso também se aplicará aos
figurinos que vão sendo modificados ao longo da apresentação.
Palladino
acrescenta, ainda, que o público pode esperar não uma “historinha”, mas algo
bem fragmentado e que envolverá inclusive a relação de enteados e padrastos.
“Queremos englobar o máximo de situações possíveis dentro deste tema. Faremos o
possível para cumprir nossa missão”, finaliza. Além dele, a montagem conta com
os atores Taciano Soares, Ive Rylo e Clayson Charles; Eric e Laury Gitana
(figurino); Alícia Castro (produção) e Déborah Ohana (colaboração).
Companhia
A companhia
Cartolas Produções foi criada a partir de um outro grupo intitulado Amatores
Eventos Artísticos e completa 4 anos no mês de maio. Segundo Jean Palladino,
diretor da Carlotas, o processo se deu após a encenação de um espetáculo. “A
partir disso decidimos criar nosso próprio grupo e apresentar nossos próprios
espetáculos”.
O primeiro foi o
monólogo “É – Conflito Número 1”, seguido pelo “Nós Em Branco” e “Retalho”.
Palladino faz questão de ressaltar que a companhia atua em três vertentes do
teatro: clown, teatro experimental e teatro de rua. A Carlotas Produções é
formada por Déborah Ohana, Elisa Neves, Cássia Teixeira, Roberto Carlos Jr.,
Denys Cauper, Alícia Castro e, claro, pelo próprio Jean Palladino.
Fonte: Em Tempo Online
Escrito por Bruno Mazieri - Especial EM TEMPO
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