O Amazonas
perdeu 7,5 quilômetros quadrados de cobertura florestal em março deste ano,
conforme dados não oficiais do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Na Amazônia, o
Estado só perdeu o título de maior desmatador para Mato Grosso, que ficou sem
44 quilômetros quadrados de floresta destruída no mesmo período.
A reportagem
questionou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) no Amazonas sobre os números do Imazon.
Mas o órgão que
deveria ter todos os dados oficiais só tem informações atualizadas até janeiro,
quando o Amazonas perdeu 3,2 quilômetros quadrados de área verde, informou o
chefe da divisão técnico-ambiental do Ibama/AM, Geandro Guerreiro Pantoja.
O Ibama usa o
sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para contabilizar áreas de desmatamento
na Amazônia.
Segundo o
Imazon, em toda a Amazônia Legal brasileira o desmatamento atingiu 58
quilômetros quadrados em março deste ano, elevação de 195% frente aos 20
quilômetros quadrados do mesmo mês de 2014. O desmatamento de março na região
aconteceu principalmente em áreas privadas (86%).
Já a devastação
acumulada nos oito primeiros meses do calendário oficial de medição do
desmatamento (de agosto de 2014 a março de 2015) chegou a 1.761 quilômetros
quadrados – aumento de 214% em relação aos 560 quilômetros quadrados do período
anterior.
GOOGLE
EARTH
Os alertas de
desmatamento e de degradação florestal do Boletim Transparência Florestal do
Imazon são gerados na plataforma Google Earth Engine (EE).
Os dados obtidos
em parceria com a empresa Google oferecem ferramentas de processamento de imagens de
satélites, edição de mapas digitais e validação do mapeamento. As informações
ficam armazenadas em nuvem, o que permite redução de até 50% no tempo para
pré-processamento, análise e divulgação de dados.
As informações
do Ibama são baseadas no sistema Deter, com operação pelo Inpe desde maio de 2004.
O sistema usa dados do sensor Modis, do satélite Terra, com resolução espacial
de 250 metros.
O Deter foi
desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e
controle de desmatamento e degradação florestal ilegais pelo Ibama.
As alterações da
cobertura florestal que o Deter mapeia são corte raso da floresta, degradação
florestal preparativa para o desmatamento e cicatrizes de incêndios florestais.
Os mapas do Deter podem também incluir áreas com atividades de exploração
madeireira.
Com o sistema é
possível detectar apenas alterações na cobertura florestal com área maior que
25 hectares. Devido à cobertura de nuvens, nem todos os alterações são
identificados pelo Deter.
A menor
resolução dos sensores usados pelo sistema é compensada pela capacidade de
observação diária, que torna o sistema uma boa ferramenta para informar aos
órgãos de fiscalização sobre novas alterações.
Por Rafael S.
Nobre (Jornal EM TEMPO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário