O prefeito
Arthur Neto (PSDB) disse, nesta quarta-feira (15), durante entrevista à TV EM
TEMPO, jamais ter visto um senador agir contra o seu Estado. No caso, as
críticas foram para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).
A parlamentar
teria afirmado, em uma discussão com o senador Omar Aziz (PSD), no Congresso,
que o Amazonas e, particularmente Manaus, foi muito bem servido de verbas
federais liberadas pelo governo Dilma Rousseff. Segundo o prefeito, não
foi isso que aconteceu.
O repasse, ‘ou
não’, de verbas federais para Manaus voltou a ser repercutido quando Arthur
Neto afirmou que o ministro de Minas e Energias, Eduardo Braga (PMDB), quando
ocupava o cargo de senador, teria boicotado a administração pública municipal
em relação à destinação de recursos para a capital.
O comentário do
prefeito veio após a repercussão do bate-boca protagonizado nesta terça-feira
(14), pelos senadores Omar Aziz (PSD) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), no plenário
da casa legislativa. Arthur disse textualmente que não sabia se o
ministro era “fraco ou mal intencionado com os interesses do Amazonas”.
“Eu vejo isso
com muita pena. Todos esses sentimentos mesquinhos só o levaram a uma derrota
diante do professor José Melo. Ele [Eduardo Braga] agiu comigo como eu nunca
agi quando era senador. Porque eu defendia os interesses do Amazonas”, disse
Arthur, que ainda fez um paralelo entre a o índice de rejeição a Eduardo Braga
durante as eleições do ano passado e a derrota do Brasil a Alemanha na Copa do Mundo de 2014.
O disse-me-disse
sobre o repasse foi provocado por uma matéria veiculada em um jornal de
circulação nacional, no domingo (12), informando que as cidades que mais
receberam dinheiro por meio de convênio federal em 2014
são comandadas por partidos políticos que apoiaram a reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT).
Um dia após a
veiculação da matéria, o prefeito declarou que os adversários políticos do PT
eram tratados como “inimigos” e que o município teve queda de 95% no valorde seus repasses.
BATE-BOCA
Em suas
alegações durante o bate-boca no Senado, Omar Aziz afirmou que a prefeitura de
Manaus há muito tempo traz projetos que são aprovados pelo governo federal, mas
que não há boa vontade do governo com a capital amazonense.
“Nós não vemos
uma boa vontade política com Manaus. Repasses necessários não são feitos e a
população não pode ser penalizada porque o prefeito é, ou não, amigo da
presidente ou dos ministros. A sociedade amazonense não aceita esse tipo de
discriminação. Eu mesmo, não sendo do mesmo partido do prefeito, sou cidadão de
Manaus e do Amazonas e tinha que comunicar esta casa que a prefeitura
apresentou, sim, muitos projetos”, alegou.
Omar mostrou
dados apontando que, em 2013, 55 projetos, da Prefeitura de Manaus foram
apresentados ao governo federal, ao custo de R$ 99 milhões. Destes, 27
foram selecionados e apenas quatro foram liberados, totalizando R$ 4 milhões.
Com isso, a capital amazonense ficou como o quarto município que mais
apresentou projetos, atrás apenas de Fortaleza, São Paulo e Curitiba.
O senador disse
ainda que no ano passado foram cadastrados 25 projetos, que custariam R$ 4
bilhões aos cofres, sendo que dez foram selecionados e apenas um, no valor de
R$ 300 mil, foi liberado.
Após a apresentação dos dados, Omar Aziz
fez um apelo aos ministros que “olhassem com carinho para Manaus, não para o
prefeito, mas para a população”.
“MAIS RECURSOS”
Em defesa ao
governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a senadora Vanessa Grazziotin
criticou a fala de Omar e falou que ele, mais do que ninguém, deveria elogiar o
trabalho do governo federal já que, quando era governador do Estado, teria
recebido mais recursos “do que qualquer outro que já tinha passado pelo
governo”.
A senadora
alegou ainda que o prefeito “reclama muito” e que, comparado à administração
passada, Arthur recebia muito mais recursos.
“Eu defendo muito
os recursos para Manaus, que precisa urgentemente de um projeto de mobilidade
urbana, por exemplo.
O senhor sabe
que foi disponibilizado o recurso, só que este foi devolvido à Caixa Econômica,
porque não tinha um projeto.
Ele [Arthur] foi
para a imprensa dizer que não tinha projeto. Seja justo com o governo federal.
Nunca tivemos um governo que ajudou tanto o Amazonas como o atual governo”,
frisou.
Grazziotin
emendou as críticas dizendo que “se o prefeito não tem capacidade de fazer
projetos, eu não tenho culpa”. “Ele que se atente e vá aprender a administrar
quem sabe assim terá recursos do governo federal”, emendou.
Omar, que contou
com o apoio de outros senadores, como Tasso Jereissati e Aécio Neves (ambos do
PSDB), concluiu o discurso dizendo que o recurso para o projeto de mobilidade
urbana era oriundo de empréstimo e reafirmou o pedido para que a
presidente mande recursos a Manaus.
A reportagem do
EM TEMPO Online entrou em contato com a assessoria de comunicação do ministro
das Minas e Energia e ex-senador, Eduardo Braga e foi informada que o
peemedebista não vai rebater críticas do prefeito e, que no momento, está mais preocupado em
resolver problemas de energia.
A assessoria de
comunicação ainda disse que “prefeito deveria trabalhar, ao invés de ficar
criticando o ministro”.
Por Kattiúcia
Silveira equipe EM TEMPO Online
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