O prefeito
afastado de Coari, Adail Pinheiro (PRP), sofreu duas derrotas conjuntas ontem
no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Depois de oito adiamentos, dois
recursos impetrados por sua defesa foram negados pela corte do tribunal, que
decidiu pela manutenção do segundo mandato de prisão decretado em fevereiro
pelo desembargador Rafael Romano e também pela permanência do magistrado como
relator do último processo cadastrado contra Adail no tribunal. A defesa do réu
promete contestar as decisões no Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro
recurso foi recebido pelo TJAM em 24 de fevereiro deste ano, dez dias após
Romano ter assinado o segundo decreto de prisão contra Adail, que já estava
detido desde o dia 8 daquele mês a pedido do Ministério Público do Estado
(MPE), acatado pelo desembargador Djalma Martins.
A votação do
agravo da defesa chegou a ser adiada por oito vezes e teve vistas concedidas
aos desembargadores Aristóteles Thury, João Simões, Jorge Chalub e, por último,
a Rafael Romano, relator da matéria.
Na sessão de
ontem, Romano levou argumentos para esvaziar as duas questões de ordem
levantadas pelo desembargador Flávio Humberto Pascarelli ao antecipar seu voto
a favor de Adail, na sessão de 29 de abril, antes de sair de férias.
Segundo o
vice-presidente, o réu não é protegido pelas alegações de Pascarelli, de que há
excesso de prazo na prisão preventiva e de que o réu não teria sido ouvido.
Segundo ele, os autos já continham as manifestações de todas as partes,
inclusive do MPE.
A pedido do
presidente da instituição, desembargador Ari Moutinho, a sessão foi conduzida a
portas fechadas e, portanto, a imprensa não teve acesso ao placar da votação.
Mas, segundo Romano, votaram a favor da defesa de Adail os desembargadores
Lafayette Carneiro e Wellington Araújo, além de Pascarelli e Thury, que já
haviam antecipado o voto favorável ao prefeito preso.
Alegando
suspeição nos processos envolvendo Adail e, portanto, impedidos de votar, estão
os magistrados Domingos Chalub, Yedo Simões, Encarnação Sampaio e Jorge Lins.
Já haviam tornado público os votos a favor de Romano os desembargadores João
Mauro Bessa, Claudio Roessing, Paulo Lima e Graça Figueiredo, que não estava
presente na sessão de ontem.
Os
desembargadores Djalma Martins e Socorro Guedes também não participaram da
votação.
No outro recurso
derrubado por unanimidade, a defesa queria afastar Romano da relatoria do
processo 3606, que resultou na prisão do prefeito decretada por Djalma Martins.
O advogado
alegava que as papeladas deveriam ser remetidas ao desembargador Wellington
Araújo, que autorizou a quebra do sigilo telefônico de Adail durante as
investigações do MPE, antes de o processo ser oferecido ao tribunal, e,
portanto, estaria prevento para relatar o caso.
Essa foi a
segunda manobra da defesa para afastar Romano dos casos envolvendo Adail. Ao
receber os processos, o vice-presidente do Tribunal de Justiça demonstrou um
posicionamento duro em relação ao prefeito e prometeu celeridade, estabelecendo
o prazo de até o fim deste semestre para levar os casos a julgamento.
Wellington
Araújo, relator do recurso, votou pela manutenção do Rafael Romano à frente dos
processos. Analistas ouvidos pela reportagem afirmam que, neste recurso, não há
possibilidade de uma nova ação em instância superior.
Fonte:
Em Tempo Onlie
Escrito
por Raphael Lobato (Jornal EM TEMPO)
Nenhum comentário:
Postar um comentário