São Paulo - Muitas respostas podem ser dadas, mesmo 50 anos
depois. Quando rodopiava no olho do furacão ao lado de Roberto e Erasmo Carlos,
entre 1965 e 1968, Wanderléa não tinha nem experiência para rebater desaforos
nem tempo para ler o que diziam sobre o Programa Jovem Guarda, a revolução
comportamental que o trio liderava na TV Record e que o universo artístico
teimava em não reconhecer como tal.
Mineira de Governador Valadares, filha de pai libanês
rígido, Wanderléa Charlup Boere Salim tinha 19 anos quando ajudou a inventar a
juventude. Os músicos da MPB engajada contra o regime militar – de Chico
Buarque a Elis Regina, de Edu Lobo a Gilberto Gil – consideravam o que fazia um
subproduto alienado, infestado de uma cultura norte-americana que nada mais
tinha a dizer.
Decidida a lançar sua autobiografia este ano pela
editora Record, além de um CD e um DVD revisitando o disco Wanderléa
Maravilhosa, de 1972, gravado ao vivo no Teatro Municipal de São Paulo durante
a Virada Cultural de 2014, Wanderléa reflete ao Estado sobre seus anos de
Ternurinha com respostas que poderia ter dado há 50 anos, se o furacão
permitisse.

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